quinta-feira, 20 de maio de 2010


As pedras contam histórias
Sem saberem o que é o tempo
Gritam saberes que evitam
Erros cometidos por outros
Quem ouvirá as pedras
Os muros, as falésias
Alertas assombrosos
Gigantescos sinais
De caminhos interrompidos
Pela fortuna deixando lições
Nas pedras
Para ninguém as ler
Mais uma vez

Se esperarmos pela Primavera
Será tempo perdido
Nada fazer é um desperdício imenso
De vida
De sentir seja o que for
Produzir, usufruir algo
É viver sem tirar nem pôr
Pequenos objectos
Palavras, desenhos, doces gestos
Somente algo
Vale por tudo
Vale cada minuto
Numa busca interminável
Ao feio e ao belo
Ao quento e ao frio
Das cores e dos cheiros
Da VIDA!!!!

Se a cara se fecha
Grito para dentro com dor
Conto aos outros sem que oiçam
O meu estar
Sem ver cá fora
O sol que aquece
A chuva que leva
O som
O conforto
Protecção
Dizem que o mar é belo
Que acalma e tudo limpa
Que dizer de tantas vidas
Que nele se esconderam
Livres ou forçados
Impelidos por um destino
Que ninguém projectou
Aconteceu!
Esqueceu!
Limpou!
Varreu!
Viveu!

Construo projectos
Defendo pessoas
Acredito nos meus poderes
De fazer os outros felizes
Do sorriso que vejo
Retiro prazer
Dão por mim ao passar
Tenho um lugar cativo
No afecto que me rodeia
E durmo rodeada de estrelas
Luzes que me acompanham
E destroem o poço escuro
Que sinto frio e rápido
Lá ao fundo.